Época de incertezas econômicas requer cuidados redobrados para manter a competitividade no mercado. É preciso acompanhar tudo de perto: preços de produtos, custos, relações com fornecedores e o fisco, processos de fabricação, logística, perdas, margem de lucro, despesas com funcionários, enfim, uma gama imensa de dados que influencia diretamente o controle eficiente dos negócios. Nesse contexto, os contadores são fundamentais, pois desempenham um papel que ultrapassa a rotina operacional dos números. São gestores de informações das mais diversas áreas, da fiscal e contábil passando pela jurídica, de recursos humanos, controladoria e tantos outros temas vitais para o bom resultado das empresas.
Desde 22 de setembro de 1945, quando foi criado o primeiro curso de Ensino Superior em Ciências Contábeis, na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), até hoje muita coisa mudou. A data, que virou referência e, em 1982, decretada como o Dia do Contador, é um momento importante a se refletir sobre a importância crescente desses profissionais para o desenvolvimento do Brasil. Basta verificar o interesse pela profissão para ter uma ideia da dimensão que tomou nesses 70 anos. Hoje, o Brasil conta com mais de 527 mil contadores registrados e quase 50 mil empresas contábeis, segundo dados do Conselho Federal de Contabilidade (CFC).
Além de fornecerem as informações gerenciais para as empresas, também são os responsáveis por alavancar novos negócios, requisito essencial para impulsionar a economia. Uma rede de empresas contábeis optantes pelo Simples Nacional presta assessoria gratuita para quem quer ingressar na modalidade Microempreendedor Individual (MEI), que, neste ano, ultrapassou a marca de cinco milhões de inscritos. A iniciativa contribui não só para a retirada de muitos trabalhadores da informalidade como presta auxílio na profissionalização de micro e pequenos negócios.
As grandes companhias também estão sujeitas à atualização constante e, mais uma vez, o profissional contábil dispõe das habilidades necessárias para acompanhar as novidades. Nos últimos anos, essa função tem sido ainda mais crucial, pois o governo federal implanta uma série de alterações para migrar a prestação de contas com o fisco para o ambiente digital. É aí que entra a parceria da Associação Brasileira de Automação-GS1 Brasil com os contadores. A entidade auxilia os profissionais nessa tarefa ao demonstrar como a padronização de códigos de identificação e comunicação – o código de barras, por exemplo – pode facilitar o trabalho da contabilidade no momento de transferência eletrônica de informações, como o Sistema Público de Escrituração Digital (Sped). Nesse contexto, há ainda a Nota Fiscal Eletrônica (NF-e) que, por determinação da Secretaria da Fazenda, tem a obrigatoriedade de incluir o código de barras do produto no documento.
O trabalho de entidades como a GS1 Brasil contribui com os contadores, consultores estratégicos, ao disponibilizar dados imprescindíveis sobre os padrões globais de automação que garantem uma linguagem única na comunicação entre as empresas. A equipe da GS1 também aprende com os contadores, que transformam os negócios a partir de soluções que aprimoram a qualidade dos serviços. É essencial conhecer quais são suas necessidades sob o olhar amplo e visão de mercado – armas para orientar os clientes sobre procedimentos, boas práticas e rotinas empresariais corretas. Ao participar desse processo, todos os profissionais contábeis escrevem um novo capítulo da história do Brasil.
Virginia Vaamonde, CEO da Associação Brasileira de Automação-GS1 Brasil