Resumo: “Eu não sei o que acontece com a minha empresa” é um desabafo corriqueiro da classe empresarial, cuja resposta pode estar contida na própria frase.
Descrição:
Definir o preço dos serviços e bens é uma tarefa de risco, pois gera expectativa em obter o maior lucro possível para fazer o negócio prosperar. No entanto, exceder na dose pode resultar exatamente no inverso daquilo ansiado, ou seja, vendas reduzidas que talvez nem cubram os custos. Constantes resultados trágicos acumularão prejuízos, descapitalizando a empresa e provocando endividamento que traz ainda mais custos – juros – e talvez, sem as medidas apropriadas tomadas a tempo, encerrando o empreendimento.
Na infância, e muitas vezes até na juventude, sonha-se em ter uma empresa para mandar no próprio nariz. Trabalhar, mas também curtir as delícias da vida com o dinheiro conquistado e no tempo desejado, pois, como patrão, não haverá dias e horas fixos para laborar. Infelizmente não é tão fácil assim e quem já tem o seu negócio, compreende a afirmação. Certamente há leitores que tiveram de fechar a empresa, mais tarde iniciaram outra atividade, e agora com mais cuidados percebem o quão difícil é manter uma empresa em atividade. As estatísticas demonstram que mais de 42% das empresas fecham antes de completar dois anos (https://datasebrae.com.br/sobrevivencia-das-empresas/). Quantas resistem a cinco e dez anos? Não é assustador?
É possível determinado negócio não estar bem: dificuldade com vendas, produção, capital de giro, inadimplência, equipe administrativa com baixo desempenho ou sócios descomprometidos, mas é indispensável identificar o problema para empenhar-se em sua neutralização. Atualmente as empresas brasileiras passam por uma grave e longa crise, que parece nunca chegar ao fim, fazendo com que a principal dificuldade sejam as vendas, que estão abaixo do Ponto de Equilíbrio. Tal problema costuma gerar outros, muitas vezes a falta capital de giro, então é preciso concentração para não ficar confuso e “não saber o que acontece com a empresa”. Descoberto o princípio do caos, devem-se buscar soluções para eliminar ou minimizar o impacto. Se for possível, invista na equipe de vendas, amplie a área de atuação ou lance um novo produto ou serviço. Se tudo isso não atender as necessidades, estude a viabilidade de reduzir os custos fixos.
Para qualquer empresa em atividade, a busca pelo lucro ideal deve iniciar com o conhecimento do lucro que está gerando, pois como já disse Peter Drucker (1909/2005), considerado o “pai” da administração moderna, "se você não pode medir, você não pode gerenciar". Para identificar o verdadeiro lucro, ou prejuízo, que o empreendimento está gerando, são necessários certos controles internos, e tal organização, além de apresentar o efetivo resultado, permitirá encontrar a resposta do que está acontecendo com o seu negócio.
Gilmar Duarte é palestrante, contador, diretor do Grupo Dygran, autor dos livros "Honorários Contábeis" e “Como ganhar dinheiro na prestação de serviços”.