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Mercado social busca fortalecimento com fusões e aquisições

"M&A é uma estratégia que pode render bons resultados para organizações do terceiro setor", indica Clever Murilo Pires, CEO do LIVRES, organização social

Instituições do terceiro setor que tinham como modelo central a arrecadação de doações oriundas de empresas e da solidariedade de outras pessoas, com a pandemia, queda do volume recebido em dinheiro e da quantia de insumos, estão enfrentando dificuldades para seguir com o andamento dos projetos sociais, pagamento das contas, equipes e manutenção da estrutura básica necessária.

Em meio a esse contexto, entre as alternativas praticadas para driblar a crise, Clever Murilo Pires, CEO do LIVRES, acredita que o M&A (do inglês, Mergers and Acquisitions) é uma estratégia que pode render bons resultados para essas instituições.

“Diferentemente do que muitas pessoas pensam, o M&A social não está restrito aos negócios realizados entre grandes empresas. Organizações de diferentes portes e atuação, que se preocupam com a sua governança e reputação, podem utilizar essa modalidade financeira para potencializar o seu nome. E, claro, é uma oportunidade para que as instituições do terceiro setor mantenham as suas atividades”, comentou Clever.

Em matéria publicada pela InfoMoney, esse mercado opera em níveis recordes. Segundo a consultoria financeira Duff & Phelps, o número de transações de fusões e aquisições aumentou 71% no primeiro trimestre de 2021 em relação ao mesmo período do ano passado. No total, foram 363 operações, que totalizaram quase R$ 155 bilhões.

De acordo com a pesquisa, somente em março, foram 159 transações, alta de 27% em relação a fevereiro e 225% na comparação com março de 2020. Em abril, o nível seguiu acima de 150 operações.

Tais transações unem esforços e expertise em governança e gestão para melhorar a captação de recursos e administração das organizações. Diferentemente do mercado de fusões, no M&A social, o foco central não está no retorno financeiro, não envolve divisão de lucros entre acionistas, muito menos transaciona valores específicos.

“O objetivo principal é dar condições para que outras organizações sobrevivam, sem correrem riscos de encerrar as suas atividades e alcancem modelos de escalar o social”, pontuou o CEO.

Para ele, essa é uma grande oportunidade para o terceiro setor, pois garante fôlego para que as instituições não tenham que fechar as portas, principalmente no contexto da pandemia de Covid-19, mas não se resume a isso.

“Entre as vantagens colhidas pelas instituições sociais, o processo de incorporação promove melhoria nos processos de gestão, redução de custos, ampliação do alcance de resultados de impacto social e garantem que os serviços, projetos e assistencialismo continuem a ser desenvolvidos, sem grandes riscos de interrupção. Para nós, vai muito além dos lucros. É ter a certeza de que a missão, o legado social, tenha continuidade”.

M&A e LIVRES

Embora não tenha feito M&A, o LIVRES tem se consolidado por meio do desenvolvimento de projetos efetivos que engajam parcerias estratégicas, uma iniciativa também forte e assertiva para se manter estável e mesmo garantir assistir os atendidos em tempos de crise como os atuais. “Temos buscado um posicionamento de mercado coerente, inovador e sustentável, estando abertos para conversar sobre outras possibilidades, negócios e modelos de atuação social”, reiterou Clever Murilo Pires.

As articulações do LIVRES visam novos modelos, conexões e parcerias com projetos corporativos de responsabilidade social. Além de preservar os programas e projetos sociais, buscam-se oportunidades de crescimento fazendo mais, melhor e diferente.

“As organizações sociais têm que implementar parcerias de acordo com seu objetivo de negócio e mercado, que cooperem para o seu crescimento. Além de evidenciar a capacidade de execução, entrega, governança e transparência, prestando contas detalhadas regularmente, também devem potencializar a transformação e o impacto a ser gerado”, finaliza o CEO.

Em maio de 2021, o Livres estabeleceu parceria com a instituição Lar Bom Jesus, em Teresina/PI, para promoção do serviço de acolhimento institucional integral de crianças e adolescentes de alta complexidade.

Nesse movimento, o Livres cedeu mais de 15 mil metros quadrados de espaço e estrutura de duas casas de acolhimento. O Lar Bom Jesus, além da ampliação das duas casas e novas áreas de convivência, criará também uma estrutura de transição da maioridade do adolescente acolhido para sua reintegração como protagonista na sociedade. O investimento inicial na estrutura será de 1,9 milhão e o investimento anual para manutenção desse projeto é da ordem de 2,8 milhões com mais de 50 vagas de trabalho e oportunidades de engajamento por meio do voluntariado. O projeto também oferecerá atendimentos assistenciais à comunidade do entorno. Todos os recursos são próprios, não havendo participação de órgãos ou recursos públicos.

O Lar Bom Jesus é reconhecido pelo excelente trabalho que desenvolve de proteção, cuidados e restauração da oportunidade e esperança de crianças acolhidas, tendo 02 unidades ativas de acolhimento em Natal/RN, com uma 3ª em andamento, além de unidades no Maranhão, Goiânia e agora, Teresina.

Sobre o LIVRES

O LIVRES é uma organização da sociedade civil sem fins lucrativos, que completou 15 anos em março de 2021. Atuamos efetivamente para a transformação da vida de pessoas e comunidades em situação de vulnerabilidade e alto risco. Somos uma organização com Balanced Score Card-BSC e metodologias de gestão para alcance do resultado de legado dimensionado no planejamento estratégico. Em 2021, nossa meta é atender 25 mil pessoas. Neste ano contratamos mais 11 colaboradores. Somos uma organização que estimula a criatividade, inovação e processos ágeis com adoção de tecnologias digitais para a promoção de uma sociedade mais justa, inclusiva, cooperando para as metas dos Objetivos de desenvolvimento Sustentável da Agenda 2030 da ONU.