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Médicos peritos do INSS ameaçam parar hoje

Luciano Pires Categoria quer mudanças na MP do reajuste salarial. Quem marcou consulta pelo telefone corre o risco de perder a viagem O cidadão que marcou horário por telefone e espera ser atendido hoje por um médico perito do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) corre o risco de perder tempo. Insatisfeita com o texto de uma das medidas provisórias editadas no mês passado — autorizando aumentos salariais para 54 carreiras do Executivo federal —, a categoria promete parar. Em todo o país, são cerca de 5,2 mil profissionais. De acordo com a associação que representa os peritos, haverá grande adesão nas capitais e nas grandes cidades do interior. A paralisação de 24 horas deverá se repetir semanalmente ao longo das próximas quartas-feiras, até que a MP 441 seja alterada na Câmara dos Deputados. Os peritos não descartam, inclusive, convocar uma greve por tempo indeterminado, caso percebam que as negociações no Congresso Nacional emperraram. Por meio de emendas, os servidores querem mudanças radicais na proposta enviada pelo governo. Luiz Carlos de Teive Argolo, presidente da Associação Nacional dos Médicos Peritos (ANMP), disse que houve quebra de acordo e de confiança. Todos os dias, são realizadas até 34 mil perícias. Os médicos questionam a inclusão de artigos na medida provisória que, segundo eles, não fizeram parte das negociações e prejudicam a categoria em longo prazo. Um deles trata da criação de uma nova carreira, da qual todos os peritos farão parte. Outro artigo condiciona a pontuação recebida pelo médico — para efeito de cálculo da gratificação de desempenho paga pelo governo — ao tempo de espera do cidadão que procura o serviço e ao tamanho da fila de atendimento. Em nota, o Ministério da Previdência informou que foram tomadas providências “para garantir que os efeitos da paralisação sejam os menores possíveis”. O segurado que não puder fazer a perícia poderá remarcar o atendimento imediatamente, “sempre para a data mais próxima”.